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quarta-feira, março 25, 2009

BOUGAINVILLES
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Agora que vi minha casa dos sonhos e vi que ela tem bougainvilles na frente, estou obcecada por essa flor.
Gostaria de achar um livro só sobre ela, mas está difícil; apenas obtive algumas informações sobre o porquê do seu nome, como cuidá-la etc.
Enquanto não encontro um livro sobre a flor, contemplo-a por aí.
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(do getty images)
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p.s.1: O porquê do nome "bougainville", você encontra aqui.
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p.s.2: Se quiser ver 5 páginas só com fotos de bougainvilles, entre aqui.
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p.s.3: Ficarei uns dias fora.
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terça-feira, março 24, 2009

LA CHARITÉ
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Para quem leu todo o texto A VOCAÇÃO DA MULHER, viu o seguinte trecho:
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E Michelet, um outro grande desvairado, que também escreveu sobre a mulher um livro quase completamente insensato, tinha razão de ver a figura da perfeita caridade num quadro de Andrea del Sarto, em que o pintor representava uma mulher moça e robusta, cercada de pequeninos mendigos. E adivinhem que esmola lhes dá essa mulher compadecida? Que moedas lhes distribui? De que bolso profundo as arranca? Lá está ela, a mulher caridosa que tirou lágrimas de nosso bom adversário; lá está ela fixada na tela na penumbra do museu, a nos ensinar como é que a mulher dá, a dizer-nos como é próxima, quente, substancial, a caridade perfeitamente feminina. Ela toma nos braços os meninos pobres, ergue-os, pendura-os em seu seios, e dá-lhes o seu leite, esse vinho de doce e branca ebriedade, esse sangue de paz.
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Será que é a este quadro que ele se refere?:
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(LA CHARITÉ, Andrea del Sarto)
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segunda-feira, março 23, 2009

LENDO O LIVRO DA CLARISSA PINKOLA ESTÉS,
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me lembrei de um texto do Gustavo Corção que havia lido há tempos. Chama-se A Vocação da Mulher. Eis alguns trechos interessantes:
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O ponto aonde quero chegar, com essas considerações que roçam pelo delírio, é o seguinte: devemos acentuar a diferença, ao menos como tática de argumentação, porque um dos vícios de nosso tempo consiste precisamente em procurar a simplificação da uniformidade. A desordem de nosso tempo consiste em tender para o amálgama, para o informe, para a massa, para a sociedade sem classe, para um mundo sem limites, para uma vida sem regras, para uma humanidade sem discriminações.
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Ao contrário disto, a sociedade que desejamos construir é uma sociedade ricamente diferenciada, e nitidamente hierarquizada. Só é possível pintar um belo quadro porque o vermelho é diferente do azul; só é possível tocar uma bela música porque há certa consonância nos acordes de quinta e certa dissonância nos acordes de sétima. E só é possível uma bela e boa sociedade de homens se as diferenças de natureza forem levadas até suas últimas conseqüências: quando se admitir, por exemplo, no unânime consenso que a mulher e o homem são diferentes.
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quanto mais infantil for a criança, e quanto mais mulheril a mulher, e quanto mais varonil o homem, tanto melhor realizaremos em cada situação concreta a ordem, cambiante mas verdadeira, que é o fundamento da felicidade dos povos. O bem, a perfeição da sociedade, está na infantilidade da infância, na feminilidade da mulher, na masculinidade do homem.
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Num sentido um pouco diferente do que sugere Gertrud Von Le Fort, eu diria que esta cultura está masculinizada, não pela predominância do masculino, mas pelo desfalque do feminino. Importa muito acentuar esse aspecto de carência para compreender bem que o retrato do homem-sem-mulher é uma triste caricatura do homem...
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Disse há pouco que a sociedade de nosso tempo tem a marca de uma carência: a dos valores femininos.. Não é somente o corpo que urge velar, é a própria vida íntima, o próprio coração. E não é somente nas pessoas, uma por uma, que se aplica essa dieta, mas na própria civilização. O homem moderno precisa efetivamente recuperar o gosto da invisibilidade e da interioridade. A publicidade é um dos grandes ideais modernos. Quem não aparece, quem não é visto, sofre dessa invisibilidade como se duvidasse de seu próprio existir. Apalpa-se, duvida-se de si mesmo, sente-se desencarnado, alma do outro mundo, e só se tranqüiliza quando os outros, os olhos dos outros, a atenção dos outro, vêm confirmar aquela existência em crise.
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Quem ainda duvida que nós precisamos do socorro e da ajuda feminina? Nós precisamos da mulher. Não somente em casa, como as vezes se diz. Mas na cidade, no mundo, na civilização. Precisamos que venham, mas que venham realmente como mulheres, isto é, com a paciência do véu e com a impaciência do amor.
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(texto completo aqui)
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domingo, março 22, 2009

CONCENTRAÇÃO E MULHERES
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Estava conversando com um amigo sobre concentração nos estudos. Ele me disse que às vezes tem muita dificuldade para se concentrar, é meio dispersivo, e tem que brigar muito para que a atenção não saia "voando" por aí. Eu disse que tenho uma boa concentração, mas confessei: tenho um truque para isso, que eu aprendi com o tempo.
Minha "técnica" de concentração é assim. Percebi, há anos, que tinha muita dificuldade para me concentrar quando o texto a ser lido ou estudado me era obrigado pela escola ou pela faculdade, ou seja, um texto contra a minha vontade. Em compensação, se pego um livro da minha escolha e minha vontade, pode estar o maior barulho ao redor (o que não recomendo, mas enfim), que eu consigo me desligar do que está ocorrendo fora e me deixar captar pelo livro. Dessas duas conclusões, o que foi que fiz? Sempre que tinha que ler um texto "chatinho, mas obrigatório", antes dele começava lendo um livro da minha escolha. Por exemplo: começo lendo Persuasão, da Jane Austen, que é um livro que me prende (está me prendendo) facilmente a atenção; leio algumas páginas e, então, quando já estou bem atenta, começo a ler o texto obrigatório.
É claro que às vezes dá vontade de não largar mais o texto da nossa escolha. Mas daí requer-se um pouco de "noção do dever", "abdicação" etc. Comigo costuma dar certo. Acho que a concentração nos estudos é algo que se aprende com o tempo.
Mas por que falo disso? Porque, além dos livros da Jane Austen, comecei um livro que tem me prendido muito a atenção. Já comentei sobre ele aqui no Desanuviando (ver post do dia 30 de novembro de 2005), mas naquela época só tinha lido páginas esparsas dele. Agora é que resolvi ler este livro do começo ao fim. Seu nome é Mulheres que correm com os Lobos. Não sei qual seria a reação dos homens ao lerem esse livro, mas acho que as mulheres que buscam o auto-conhecimentono e o aprimoramento mental e espiritual devem achá-lo bem interessante.
A autora, Clarissa Pinkola Estés, é analista junguiana, com anos de prática, além de ser uma cantadora, ou seja, uma contadora de histórias. O livro em questão apresenta interessantíssimas análises (com referências ao self, à psique, aos arquétipos etc) sobre fábulas universalmente conhecidas. E todas elas voltadas à mulher, para que ela resgate sua "mulher selvagem". E o que ou quem seria essa "mulher selvagem"? A resposta está logo na introdução do livro:
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E então, o que é a Mulher Selvagem? Do ponto de vista da psicologia arquetípica, bem como pela tradição das contadoras de histórias, ela é a alma feminina. No entanto, ela é mais do que isso. Ela é a origem do feminino. Ela é tudo o que for instintivo, tanto do mundo visível quanto do oculto - ela é a base.
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E Clarissa ainda vai dando mais dicas para a gente perceber quando há a presença da Mulher Selvagem e quando ela falta:
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É a intuição, a vidência, é a que escuta com atenção e tem o coração leal. Ela estimula os humanos a continuarem a ser multilíngües: fluentes no linguajar dos sonhos, da paixão, da poesia. (..)
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De que maneira a Mulher Selvagem afeta as mulheres? Tendo a Mulher Selvagem como aliada, como líder, modelo, mestra, passamos a ver, não com dois olhos, mas com a intuição, que dispõe de muitos olhos.
(...)
Aproximar-se da natureza instintiva não significa desestruturar-se, mudar tudo da esquerda para a direita, do rpeto para o branco, passar o oeste para o leste, agir como louca ou descontrolada. Não significa perder as socializações báscias ou tornar-se menos humana. (...) Ela implica delimitar territórios, encontrar nossa matilha, ocupar nosso corpo com segurança e orgulho independentemente dos dons e das limitações desse corpo, falar e agir em defesa própria, estar consciente, alerta, recorrer aos poderes da intuição e do pressentimento inatos às mulheres, adequar-se aos próprios ciclos, descobrir aquilo a que pertencemos, despertar com dignidade e manter o máximo de consciência possível.
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Quando falta a Mulher Selvagem dentro de si:
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É quando a mulher começa a sentir-se impotente, insegura, hesitante, bloqueada, incapaz de realizações, entregando a própria criatividade para os outros, escolhendo parceiros, empregos ou amizades que lhe esgotam a energia (...); a isolar-se da sua própria revitalização, deixar-se envolver exageradamente na domesticidade, no intelectualismo, no trabalho ou na inércia, porque é esse o lugar mais seguro para quem perdeu os próprios instintos.
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Deixo o resto para quem for ler o livro, mas, para completar, informo que a escrita dessa autora é muito cativante. Parece mesmo que estamos ouvindo uma cantadora. E eu só descobri esse livro porque tinha lido antes um outro livrinho dela: O jardineiro que tinha fé. Lembro que o li em uma noite e fiquei tão encantada com a delicadeza da narração e a sabedoria da mensagem, que entrei no google para saber mais a respeito da autora.
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Em tempos em que vemos mulheres como a boba da Suzana Vieira ou como todas as bobas do Big Brother e afins cativando a atenção da imprensa, é bom reafirmarmos nossos valores (como disse a grande Cora Coralina: E me fazer pedra de segurança dos valores que vão desmoronando.) e ouvir mulheres realmente sábias, que têm aflorada a "bela forma psíquica natural da mulher".
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sexta-feira, março 20, 2009

O AMOR DESANUVIA
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(do Getty Images)
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quarta-feira, março 18, 2009

O MAIS CRUEL
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O mais cruel no filme O PODEROSO CHEFÃO não é a cabeça de cavalo na cama, nem os assassinatos sangrentos. Tudo isso é cruel, sim. Mas mais cruel que isso é o fato de o filho de Don Corleone tentar fugir a todo custo do destino que sua família teve para, no fim, tal qual uma tragédia grega, acabar sendo levado pelo tal destino.
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MAS POR AQUI...
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Em compensação, na nossa literatura tivemos um desfecho mais esperançoso, de alguém que consegue se desvencilhar de um destino (trágico) quase certo. É o que um amigo me disse sobre um livro brasileiro que não trata de mafiosos italianos, mas de cangaceiros. O livro, CANGACEIROS, é de José Lins do Rêgo, e assim que terminar meus encontros do Chá com a digníssima, "desço" um pouco para lidar com gente do cangaço. (Que mudança brusca, não?)
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terça-feira, março 17, 2009

AH! DIA 17 DE MARÇO!
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Faço coro com os meus antepassados (não de sangue, mas de espírito): HAPPY SAINT PATRICK'S DAY!
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SAINT PATRICK
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May good Saint Patrick bless you
And keep you in his care,
And may Our Lord be near you
To answer every prayer.
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DICA PARA HOJE:
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E para ter sorte todos os dias, até o próximo dia 17 de março, use alguma coisa verde.
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"Lugar de cobra é no chão, o céu é dos passarinhos..." (Chico Buarque)
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Dizem que São Patrício expulsou as cobras da Irlanda. Então, para os nossos tempos, ele deve ser um ótimo protetor para repartições públicas, meios acadêmicos, algumas vizinhanças, salões de beleza...
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E uma PROTEÇÃO DE SÃO PATRÍCIO:
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A Proteção de São Patrício

Hoje me levanto
com poderosa força e invoco à Santíssima Trindade
com trinitária fé
professando a unidade
do Criador e da criatura.
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Hoje me levanto
com a força do nascimento de Cristo graças a seu batismo,
com a força de sua crucificação e morte,
com a força de sua ressurreição e ascenção,
com a força de seu retorno no dia do juízo.
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Hoje me levanto
com a força do amor do querubim,
obediente ao anjos,
a serviço dos arcanjos,
na esperança da ressurreição para encontrar consolo
com as orações dos patriarcas,
as predições dos profetas,
os ensinamentos dos apóstolos,
a fé dos confessores,
a inocência das santas virgens,
os feitos dos homens de bens.
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Hoje me levanto
com a força dos céus:
a luz do sol,
o brilho da lua,
o esplendor do fogo,
a velocidade do trovão,
a rapidez do vento,
a profundidade dos mares,
a permanência da terra,
a firmeza da rocha.
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Hoje me levanto
com a força de Deus que me guia:
sua grandeza que me apóia,
sua sabedoria que me guia,
seu olho que me cuida,
seu ouvido que me escuta,
sua palavra que me fala,
sua mão que me defende,
seu caminho para seguí-lo,
seu escudo para proteger-me,
sua eucaristia para livrar-me
das armadilhas do demônio,
da tentação dos vícios,
daqueles que me desejam mal,
longe ou perto,
só ou acompanhado.
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Invoco hoje todos estes poderes para que se levantem entre mim e estes males,
contra todos os cruéis e infames poderes que desejam
o mal para meu corpo e alma,
contra as invocações dos falsos profetas,
contra as nefastas leis da pagania,
contra as falsas leis da heresia,
contra as artes da idolatria,
contra os feitiços de bruxas, quiromantes e feiticeiros,
contra todo conhecimento que corrompa o corpo e a alma.
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Cristo que me proteja hoje
contra o veneno, contra o fogo,
contra morrer afogado, ser ferido
para que assim venha a mim abundante consolo.
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Cristo comigo,
Cristo à minha frente,
Cristo atrás de mim,
Cristo em mim,
Cristo abaixo de mim,
Cristo sobre mim,
Cristo a minha direita,
Cristo a minha esquerda,
Cristo quando durmo,
Cristo quando descanso,
Cristo quando me levanto,
Cristo no coração de todo homem que pense em mim,
Cristo na boca de quem fale de mim,
Cristo em todos os olhos que me vêem,
Cristo em todo ouvido que me ouve.
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Hoje me levanto
com poderosa força e invoco à Santíssima Trindade
com trinitária fé
professando a unidade
do Criador e da criatura.
Amém!
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(retirado daqui)
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MAIS UM!!
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Acabo de publicar este post e, assim que entro na minha conta de emails para atualizá-los, encontro mais Saint Patrick ali! (Gosto de pensar que é ele que quer aparecer..tsc, tsc). Minha querida melhor amiga, que já pôde festejar uma festa pelo dia desse santo (se pintando de verde e tudo mais) me mandou o link de um site (muito bom!) sobre Saint Patrick. Entre AQUI.
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segunda-feira, março 16, 2009

COMO CORA
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Um dia desses ouvi na rua uma mulher dizer que quer ficar uma velha igual a atriz Suzana Vieira. Nesse momento, meus botões se retorceram, enquanto eu colocava, incrédula, a mão na testa.
Meu Deus! Ficar como a Suzana Vieira?! Ninguém ainda percebeu que ela está desesperada?!? Deus me livre ficar uma velha como ela. Sou muito mais ficar como a forte Cora Coralina que, no fim da vida, pôde dizer algo assim:
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Eu sou aquela mulher que fez a escalada da montanha da vida removendo pedras e plantando flores.
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domingo, março 15, 2009

UM DIÁLOGO APENAS
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- O coronel Brandon está me dando um presbitério! Será possível?
- A maldade dos seus parentes faz o senhor surpreender-se com provas de amizade que encontra nos outros.
(RAZÃO E SENSIBILIDADE, Jane Austen)
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O PORQUÊ
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Há muitas passagens do livro Razão e Sensibilidade que estou para transcrever aqui. Achei que o livro tem reflexões muito boas, saídas, muitas vezes, das falas dos personagens. Reflexões que imagino serem fortes para a época, pois são maduras até para a nossa.
Já estão todas anotadas no livro; só falta tempo para copiá-las aqui. Faço isso em breve.
Mas essa passagem acima, a do diálogo entre Edward e Elinor, me veio à cabeça ontem quando entrei numa loja.
A dona da loja estava no telefone falando com um senhor que o dinheiro dele, levado por outra senhora por engano, tinha sido devolvido e que ele poderia ir buscá-lo.
Assim que a moça desligou o telefone, comentou comigo:
- Não dá pra acreditar que ainda existe gente honesta, né?
Um senhor que também estava na loja comentou:
- Ah, mas sempre tem gente honesta no mundo.
Ao que a vendedora retrucou:
- Mas a maioria não é.
Pois eu e meus botões também achamos que sempre tem gente honesta. Mas também não deixamos de achar triste que, por causa de muita gente desonesta, muitos se surpreendam com a honestidade.
Passando para a situação do livro, que se refere a maldades (e quem disse que desonestidade não é maldade?), no caso do Edward, coitado, é na própria família que faltam as provas de amizades. Imagino que assim ele vá mesmo se surpreender quando vir amizade "aí fora". E são pessoas como Edward (e como a tal dona da loja) que costumam achar que ser "realista" é só acreditar em maldades e misérias, quando ser realista é ser capaz de ver os dois lados: a bondade quando há e a maldade quando, lamentavelmente, também há.
Felizmente há pessoas que conseguem surpreender esses "realistas".
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sexta-feira, março 13, 2009

FOFO!
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segunda-feira, março 09, 2009

SAÚDE PÚBLICA
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Ouvi a médica da alma dizer que maledicência (*) causa mais de 150 doenças (às vezes, quase todas ao mesmo tempo).
Então, cuidado quando ficar no telefone falando sobre a vida alheia...
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(*) - maledicência: 1.Qualidade de maldizente. 2.Ação de maldizente; detração, difamação, murmuração, ladrado, maldizer.
- maldizente: Que ou quem fala mal dos outros, tem má língua; maledicente, malédico, malfalante. (Dicionário Aurélio)
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domingo, março 08, 2009

DUAS QUE VALERAM - E VALEM - POR MUITAS
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Quarta-feira, 04 de março, comentei sobre o sermão de "um padre muito, muito bom - infelizmente, espécie rara... ". Assisti a duas missas desse padre: uma no domingo retrasado; outra, no domingo passado. Foi na igreja matriz da cidade de São José (cidade vizinha à Minha Aldeia). Nunca tinha ido lá, por ser meio contramão de onde moro. Fui lá a primeira vez (no domingo retrasado), e comentei com o Kiko e com os meus botões que foi a melhor missa a que já assisti na minha vida. Também comentei que nunca tinha gostado tanto de uma missa do começo ao fim e nunca tinha visto um padre tão bom, que fala tão bem, explica tão bem, com tanta sabedoria e com tanta fé. E os superlativos não estão em vão. Saí da missa me lembrando de tudo o que o padre comentara; conversei com algumas pessoas sobre isso - elas também ficaram admiradas pelo que o padre disse e ensinou - e quis voltar àquela missa no domingo seguinte - apesar de a tal igreja ser contramão, como disse.
Novamente, uma missa contagiante, que começou com o padre pedindo moderação aos músicos, pois estávamos entrando na Quaresma, momento para silêncio e reflexão - atos que andam esquecidos na vida moderna. Foi uma missa forte, lotada. Que bênção encontrar um homem com uma fé assim, ainda mais em um padre; um homem que conduz a missa como um ritual sagrado. (E olha que eu me acho meio "fajuta" para essas coisas; algumas missas nos testam a paciência e a concentração). Kiko também comentou que a missa o tocara bastante. Novamente, compartilhei, na semana seguinte, com algumas pessoas o que ouvira do padre.
Hoje voltei lá, a fim de ouvir um homem sábio, mas a triste notícia: ontem ele faleceu. Morreu de infarto. O nome dele é padre Sérgio Maykot. Uma pena.
Só soube no final da missa, pelo padre que o estava substituindo.
Por um lado, fiquei feliz por o ter conhecido, ainda que por apenas dois domingos. Mas, por outro, sempre fica aquela triste sensação de quando se vê uma pessoa boa "saindo" do nosso convívio físico diário.
Que esse padre possa, de alguma forma, iluminar e orientar os "pastores" que virão. É um privilégio conhecer pessoas sábias neste mundo.
E ao padre, agradeço como reles fiel: obrigada pelas duas melhores missas a que já assisti na vida. Vou guardar seus preciosos sermões, bem como suas explicações sobre as leituras da missa, por toda a vida.
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Sábia, também, é a senhora que cuida das flores mágicas... E ela disse: "é só Deus! Não há gurus. Cuidado com os gurus. É Deus e nosso trabalho individual." Entenderam?
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Constatação I: não há afetação na espiritualidade.
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Constatação II: Março tem sido um mês especial. Há algo de bom no ar...
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sábado, março 07, 2009

Do que você precisa?
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Consolo? Alegria? Paciência? Serenidade? Esperança? Coragem? Renovação?...
Vou colher flores mágicas e já volto.
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sexta-feira, março 06, 2009

E AS "ALTAS AJUDAS" CONTINUAM...
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Diante de duas pessoas desanimadas, para cada uma pensei em um conselho - e não é que eu seja boa conselheira; sou é boa aprendiz: acabo lembrando do conselho de algum mestre.
Para a primeira pessoa, pelos detalhes do desabafo, o primeiro conselho que me veio à mente foi:
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Reze e trabalhe, fazendo de conta que esta vida é um dia de capina com sol quente, que às vezes custa muito a passar, mas sempre passa. E você ainda pode ter muito pedaço bom de alegria... Cada um tem a sua hora e a sua vez: você há de ter a sua. (do mestre Guimarães Rosa, em A Hora e Vez de Augusto Matraga).
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Para a segunda, sugeri a leitura do mito de Pandora. Mas para ler até o final. É no final que está o segredo do conselho. (*)
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(*) Bem, há algumas "versões" por aí. Mas estou me referindo à que, no final, depois de toda a desgraceira solta, aparece a Esperança, como solução para enfrentarmos o que há de ruim no mundo. Me lembrei deste mito, pois, faz poucos dias, estive com minha priminha temporona, e ficamos lendo um livro de mitos gregos que ela ganhara do irmão. É muito bom reler certas coisas quando estamos adultos.
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quinta-feira, março 05, 2009

FOI PRO MAR...
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Logo de manhã, tenho acordado ouvindo Clara Nunes. Temos um CD muito bom dela aqui em casa. Só as melhoras músicas. Algumas nem são dela, mas, com sua voz única, é como se ela as tivesse cantado pela primeira vez.
Depois de O MAR SERENOU, a música que não está saindo da minha cabeça é: IANSÃ, e diz assim: Iansã, cadê Ogum? / Foi pro mar / Mas Iansã, cadê Ogum? / Foi pro mar... (*).
Passei a manhã toda cantarolando essa música e então pensei: preciso encontrar Ogum. Iansã, cadê Ogum? / Foi pro mar... Então eu fui também.
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(do Getty Images)
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(*) Com essas músicas, daqui a pouco baixa o santo!
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AVISO NA PORTA:
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Enquanto Iansã penteia os seus cabelos macios, fui procurar Ogum no mar e deixei a frase de Paulo Miklos na porta:
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Vou ser feliz e já volto.
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quarta-feira, março 04, 2009

SOBRE O ALTRUÍSMO
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Estava relendo o capítulo de um livro - ¿ Quién eres?-De la personalidad a la autoestima, do psiquiatra espanhol Enrique Rojas - e me lembrei do post de ontem, quando Hesse fala da importância da dedicação altruísta.
O capítulo do livro do espanhol é o XVII, que trata sobre a auto-estima, e, em um determinado trecho, faz coro com Hesse:
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Una de las cosas que más elevan la autoestima es hacer algo positivo por los demás. Algo que sea tangible, objetivo, que no se quede en las meras palabras y en buenas intenciones, que pasa de la teoría a la práctica. ¿Por qué es necesaria una cierta entrega a los demás, la generosidad mezclada con la satisfación de hacerlo? Porque es en esa donación donde se encuentra una buena dosis de paz y de alegría. Si tenemos una personalidad equilibrada, somos más felices al dar que al recibir, y eso nos va conduciendo a una cierta armonía interior.
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Mas Rojas também alerta:
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Para estar bien con alguien es necesario estar primero bien con uno mismo: este princípio resulta aquí fundamental.
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Daí a importância de se autoconhecer, de superar faltas e aprimorar qualidades.
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A propósito desse livro, ¿Quién eres?..., recomendo veementemente sua leitura. É um auto-ajuda, mas no sentido usado pelo Affonso Romano de Sant'Anna: uma alta ajuda. E quem vai viver a vida convivendo com outras pessoas - ou seja, praticamente todo mundo -, precisa aprender a ser um pouco menos complicado. (E quem é que não tem sempre um nózinho a ser desfeito?)
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PEQUENOS DESVIOS
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Falando sobre a Quaresma e a necessária conversão de cada cristão nesse período, um padre muito, muito bom - infelizmente, espécie rara... - deu o exemplo da espaçonave que quer chegar à lua. Um pequeno desvio que ela - a espaçonave - faça aqui, pode significar, lá na frente, uma grande distância do alvo dela. Da mesma forma, no sentido inverso: uma grande distância do alvo, precisa, muitas vezes, apenas de um pequeno desvio. E o padre então falou sobre a conversão: conversão não é apenas a do sujeito que saiu de uma religião e foi para a outra, nem a do drogado que abandonou os vícios. Muitas vezes precisamos é das pequenas conversões, aquelas pequenas mudanças que vão, justamente, diminuindo a nossa distância do Alvo.
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terça-feira, março 03, 2009

EM UM DIA MUITO ESPECIAL,
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no final do ano passado, passei por uma livraria, e um livro, exposto na vitrine, me chamou a atenção: Quem Pode Amar é Feliz, de Hermann Hesse. Entrei na livraria por este livro e saí de lá com ele e outros dois. Mal desconfiava que esse meu impulso estaria, de uma maneira misteriosa - neste mundo de mistérios... -, ligado ao acontecimento do fim do dia - o acontecimento que, de certo modo, mudou a minha caminhada dos dias seguintes...
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Ainda não li o livro inteiro; apenas o folheei e li várias passagens. As que li hoje, ficam como reflexão do dia para quem vier ao Desanuviando:
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Amar o mundo e a vida, amar mesmo sob suplícios, estar aberto com gratidão a todo raio de sol, e mesmo no sofrimento não desaprender totalmente a sorrir - esta doutrina de toda poesia autêntica não envelhece nunca, e é hoje mais necessária e digna de gratidão do que nunca.
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(...)
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É curioso, apesar de simples segredo da sabedoria de vida de todos os tempos, o fato de que toda menor dedicação altruísta, toda participação, todo amor nos faz mais ricos, enquanto todo esforço por posses e poder nos rouba as forças e nos deixa mais pobres.
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(Lembre-se: o nome do livro é Quem pode amar é feliz)
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segunda-feira, março 02, 2009

MÚSICA CONTAGIANTE! Ô, MEU PAI OGUM!
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(O MAR SERENOU, por Clara Nunes)
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domingo, março 01, 2009

FIM DE RAZÃO E SENSIBILIDADE:
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Hoje, lá no grupo CHÁ COM JANE AUSTEN, terminamos a leitura de RAZÃO E SENSIBILIDADE. Enviamos nossos comentários finais e agora estamos ansiosos pela leitura do próximo livro: PERSUASÃO.
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Eis o meu comentário final e, depois, o primeiro parágrafo de PERSUASÃO:
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Pessoal,

terminei o livro
Razão e Sensibilidade e pensei: putz, gosto mais dele do que de Orgulho e Preconceito. Depois pensei um pouco mais e vi que não: ainda prefiro Orgulho e Preconceito. Mas Razão e Sensibilidade é tão bom, tão bom...
Comecei o livro adorando a Elinor e o Cel Brandon, e não gostando tanto da Marianne e do Edward. Terminei o livro: ainda adorando o Cel Brandon, ainda gostando da Elinor, mas achando que ela deveria "perder a etiqueta" de vez em quando (entenda-se: na presença da chata da Fanny e da mãe dela); gostando muito da Marianne e até sentindo mais compaixão pelo Edward.
A história é realmente forte. E o que mais me tocou foi como elas - as irmãs - foram ficando mais amigas, mais unidas e mais amadurecidas. Se um dia tiver duas filhas, vou querer que tenham a união da Elinor e da Marianne! Vibrei muito com um trecho em particular. (E para vocês terem uma idéia, li este trecho enquanto estava no ônibus. Minha vontade era de dar uns pulinhos de empolgação! Mas me controlei por causa dos passageiros desconhecidos). É no capítulo XII. As irmãs estão com a Fanny e a senhora Ferrars (além de outros), e essas duas começam a dar indiretinhas para rebaixar a Elinor. (Elas começam a elogiar a senhorita Morton, moça que a senhora Ferrars sonha para o filho, Edward). Marianne, apesar de ainda fragilizada por ter tomado conhecimento do caráter de Willoughby, percebe essas indiretas e fica indignada. Acaba dando uma estocada nas duas chatas. Aí também percebemos como as duas irmãs foram ficando mais amigas. Eis o trecho para relembrar:
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Marianne não pôde suportar isso. Já se encontrava bastante aborrecida com a senhora Ferrars e o exagerado elogio feito à outra moça à custa de Elinor, se bem que ela não tivesse a menor noção de por que aquilo tudo estava acontecendo, levou-a a dizer com calor:
- Essa admiração da senhora é muito particular! Quem é a senhorita Morton para nós? Quem a conhece, quem se importa com ela?
(...)
A senhora Ferrars pareceu ficar muito zangada e erguendo-se mais majestosamente do que nunca, informou, com ácida superioridade:
-A senhora Morton é filha de lorde Morton.
Fanny também demonstrava-se irada e seu marido ainda estava paralisado com o choque causado pela audácia de sua irmã. Elinor sentia-se mais angustiada pela defesa calorosa de Marianne do que pelo fato que a provocara; mas os olhos do coronel Brandon, que se mantinham fixos em Marianne, declaravam que ele notara apenas o que havia de amoroso na atitude dela e vira apenas seu afetuoso coração que não tolerava que espezinhassem sua irmã, um mínimo que fosse.
(...) (tradução de Therezinha Monteiro Deutsch, ed. Best Seller)
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Muito bom, né?!
E depois de ler o livro, comecei a conversar um pouco com os meus botões, ainda enlevada com a história, e pensei: gostamos tanto das heroínas da Jane Austen e detestamos tanto alguns de seus personagens, que imaginei a Jane Austen como uma orientadora de caráter. Foi uma espécie de auto-reflexão,
mea culpa, ou seja lá como chamem isso. Fiquei pensando: "com qual personagem me identificaria mais?" Como tenho medo de virar uma dessas personagens que detesto: Willoughby e sua falta de caráter, Fanny, senhora Ferrars, Lucy, Jennings e suas mesquinahrias, posso "usar" Elinor e Marianne (do fim da história) como bons exemplos de conduta. Assim como a Elizabeth... e por aí vai. Isso porque eu vi Razão e Sensibilidade como mais um desses clássicos que podem nos ajudar a crescer como pessoas.
Por esses motivos, Razão e Sensibilidade, para mim, está logo atrás de Orgulho e Preconceito. Mas um atrás bem pertinho, quase alcançando.
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E começamos com PERSUASÃO...
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Sir Walter Elliot, do Solar de Kellynch, em Somersetshire, era um homem que para seu próprio divertimento nunca se valia de nenhum livro além dos Anais dos Baronetes; lá ele encontrava ocupação para as horas de ócio e consolação para as horas tristes; lá ele sentia estimulados o respeito e a admiração, ao contemplar o pouco que restava dos primeiros títulos nobiliárquicos; lá, quaisquer sensações desagradáveis provocadas por assuntos de natureza doméstica transformavam-se naturalmente em pena e desdém, assim que acabava de folhear a quase interminável lista de pares criados no último século; e lá, se todas as outras páginas não surtissem efeito, ele lia a sua própria história com um interesse que nunca diminuía.
(...) (da editora Landmark)
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UMA BOA NOTÍCIA PARA QUEM ESTÁ ENTRANDO AGORA NO GRUPO CHÁ COM JANE AUSTEN OU AINDA QUER ENTRAR:
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Meninas e meninos: começamos com PERSUASÃO e ficamos com ele em março e abril. Como vai ter a Páscoa nesse meio tempo, vai ser uma delícia ler Persuasão, comendo uns chocolatinhos!
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Para depois, está previsto o A ABADIA DE NORTHANGER, seguido por MANSFIELD PARK. Esses dois são os mais difíceis de serem encontrados, mas já falaram por aqui que há previsão de lançamento deles, ainda este ano. Então é capaz de darmos um tempinho até eles chegarem às livrarias. Enquanto isso, e como tem mais gente entrando no grupo, podemos deixar este tempo de espera para que os novatos do grupo leiam os livros que já lemos (e os antigos os releiam, se quiserem!). Foi o que várias pessoas me sugeriram por email. Achei boa a idéia.
Abraços,
Rebeca
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