<$BlogRSDURL$>

quinta-feira, março 21, 2013

CHAMEM A PARTEIRA!
.
(A protagonista, Jenny, do seriado CALL THE MIDWIFE)














.
Não sei nem como começar a escrever para fazer jus ao seriado CALL THE MIDWIFE. É um dos melhores e mais bonitos seriados que já assisti até hoje. Mas, dizer isso, diz pouco. É um seriado inglês, com artistas ingleses e é feito pela BBC. Isso, para mim, costuma dizer algo: é, no mínimo, uma produção de qualidade. Mas posso descrever mais: é cativante, divertido, emocionante. Chega perto do que é o seriado, mas só mesmo o assistindo para compartilhar o que senti. Ele é como o bom vinho: se basta por si; qualquer propaganda pode se tornar supérflua.

Mas eu tento fazer propaganda dele assim mesmo, pois quero compartilhar com vocês e sei que muitos leitores do Desanuviando se entusiasmariam com esse seriado.

Quem me indicou, como lhes disse, foi a Raquel, do site Jane Austen em Português. Está passando no NETFLIX, mas eles só disponibilizaram, até agora, 6 episódios da 1ª temporada. Busquei informações pela internet e vi que, no canal da BBC, está passando a 2ª temporada e, logo, virá a 3ª. Detalhe: está fazendo o maior sucesso na Inglaterra! Não é para menos. A hora que as pessoas começarem a assisti-lo por aqui irão se apaixonar!

O seriado é inspirado nas memórias escritas e publicadas em livro pela ex-enfermeira Jennifer Worth (ou, simplesmente, Jenny).

Na década de 50, Jennifer se forma na escola de enfermagem e vai trabalhar no subúrbio de Londres. E quando digo subúrbio, imaginem suburbão mesmo: condições de higiene precárias (praticamente escassas!), alcoólatras, prostitutas, pessoas com doenças venéreas. Jennifer vai morar em um convento de freiras, onde também há outras enfermeiras. Tanto as enfermeiras quanto as freiras são as parteiras da região: elas acompanham as mulheres grávidas até o dia do nascimento de seus bebês. Eventualmente, assistem algum outro paciente que precise de cuidados médicos.

Como a história é baseada nas memórias da protagonista, é através de seu olhar que observamos sua nova realidade: crua e, muitas vezes, inacreditável. Jenny, ao chegar nesse subúrbio, se choca com o que vê. Aos poucos, ela vai ganhando mais confiança, ao mesmo tempo em que passa a ter mais compaixão por aquela gente. É uma de suas colegas enfermeiras que começa a lhe abrir os olhos, dizendo algo mais ou menos assim:

- Quando cheguei aqui, achei que eu merecia todas as medalhas do mundo por estar trabalhando para essa gente. Hoje, acho que essas mães é que merecem as medalhas: com essas condições horríveis, elas ainda conseguem ser mães, dar vida! Elas são as heroínas.

Jenny, então, começa a se render a essa realidade: não no sentido de se corromper ou achar que aquilo está certo, mas no sentido de perceber que, mesmo as piores condições - e as "piores" pessoas - têm muito a  ensinar. Com essa compreensão, ela passa a se dedicar com mais carinho ainda à sua profissão e às pessoas que atende.

Com o tempo - ou seja, com o passar dos capítulos -, a gente vê como a enfermeira Jennifer vai amadurecendo, tanto como enfermeira quanto como pessoa. Dentre as lições que ela recebe, estão: a constatação de que, nem sempre, o que se aprendeu na escola/curso será aplicado da mesma forma na vida real. Pelo contrário: os ensinamentos acadêmicos são importantes, mas é preciso aceitar que a realidade mostre como aplicar esses ensinamentos, quando aplicar e quando não aplicar. Ela também aprende que o amor é mais poderoso que a mais avançada das medicinas. Que o amor alegra e machuca, e que não adianta fugir disso, pois a vida é assim mesmo: prazer, dor, prazer... Que a vida tem o certo, o errado e... o meio do caminho - que pode ser certo ou errado, mas é a vida, novamente, que sentenciará.

Em cada capítulo, eu ri e chorei. E, geralmente, os filmes de que mais gosto são justamente assim: engraçados e emocionantes ao mesmo tempo.

O emocionante não está somente nos nascimentos dos bebês, mas, também, na bondade de muitos personagens, na dignidade deles, na coragem que aparece nos momentos mais terríveis, na tragédia de alguns destinos, na grandeza de gestos e atos, que aparece mesmo nas piores condições. Ou seja, nos dramas da vida que foram tão bem observados e retratados, com tanta sensibilidade, pela protagonista Jennifer.

Não sei se somente por essa descrição vocês ficam com vontade de ver o CALL THE MIDWIFE. Mas lembrem-se do bom vinho: ele se basta por si, e só o apreciando para constatar isso!
.
Comments:

This page is powered by Blogger. Isn't yours?

Site Meter